domingo, 3 de maio de 2015



O Processo de Mumificação Egípcia

O PREPARO DO CORPO PARA O ALÉM-MORTE


                                                         

Os funerais no Egito antigo eram rituais muito trabalhosos, que podiam durar até 70 dias. O famoso processo de mumificação, que incluía o embalsamamento do corpo, atendia a crenças religiosas e à esperança de uma vida eterna, na qual o morto poderia gozar as delicias do paraíso celestial.



Os egípcios acreditavam que, após a morte, a alma embarcava numa viagem pelo submundo, onde seria julgada pelo deus Osíris. Uma sentença positiva lhe daria a oportunidade de ser recolocada junto ao corpo para então viver a redenção prometida. Desde 4000 a.C., os egípcios se preocupavam em levar uma vida cotidiana regrada, com a esperança de serem considerados bons no julgamento de Osíris.



A mumificação era feita para que o corpo se mantivesse tal qual fora em vida, de modo a facilitar o seu reconhecimento pela alma. Por isso as técnicas para esse fim eram tão avançadas.






No entanto, nem todos recebiam as mesmas regalias das castas superiores. O embalsamamento demorado e coberto de homenagens era privilégio de pessoas importantes. O corpo do egípcio das castas medianas passava pelo processo de limpeza e salgação, para que fosse desidratado, de modo a se conservar.

O corpo do egípcio das castas inferiores geralmente era enterrado em sepulturas e mumificado naturalmente graças ao clima seco e quente do deserto.



ETAPAS DA MUMIFICAÇÃO




1. Inicialmente, o corpo era levado para um local conhecido como 'ibu' ou o 'lugar da purificação'. Lá os embalsamadores (sacerdotes) lavavam o corpo com essências aromáticas e com as águas do Nilo e o depilavam.





2. Um gancho, introduzido na narina, servia para retirar o cérebro. Por não ser considerado importante para o além-morte, este era descartado.




                                          


3. Os órgãos vitais eram retirados por um corte lateral na altura do abdômen e colocados em vasos canopos, que ficariam ao lado do sarcófago. Esses vasos eram feitos de madeira, pedra, cerâmica ou faiança. Cada um dos quatro canopos era amparado por um dos quatro filhos de Hórus, divindades menores, identificados pela cabeça na tampa.

                                                   

Cada um recebia também a proteção de uma deusa feminina. Os intestinos eram amparados por Qebehsenuf (cabeça de falcão) e pela deusa Serket; o estômago por Duamutef (cabeça de chacal) e pela deusa Neit; os pulmões por Hâpi (cabeça de babuíno) e pela deusa Néftis; e o fígado por Imset (cabeça de homem) e pela deusa Ísis. O coração – centro da inteligência e força vital – permanecia no corpo.




                                             


4. O corpo era então coberto por natro, um tipo de sal, e assim ficava por 40 dias até todos os fluídos secarem. Ao final da salgação, estava fino e escuro.



                                         

5. As cavidades eram tampadas com linho embebido em resina.

6. O rosto era maquiado. Sobre a cabeça, era colocada uma peruca. Óleos de mirra e zimbro cobriam o corpo. Folhas esmagadas de tomilho ajudavam a perfumá-lo. Resina era espalhada por todo o corpo para melhor protegê-lo.




7. No local onde havia sido feito o corte para a retirada dos órgãos, era colocado um prato de ouro com o olho de Rá desenhado, também como forma de proteção.


                                        



8. Incenso era usado para purificar o ar.


                                                        


9. O corpo era então enrolado em tiras de linho e ganhava amuletos dos religiosos.



                                          
10. A máscara era finalmente encaixada na múmia, que era colocada dentro do sarcófago com um hieróglifo com o nome do morto.


                                      




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